«Oxalá nunca ninguém nos pedisse nada, nem sequer nos perguntasse, nenhum conselho nem favor nem empréstimo, nem sequer o da atenção (...) Oxalá ninguém se abeirasse de nós dizendo: 'Por favor' ou 'Ouve, sabes?', 'Ouve, podias dizer-me?', 'Ouve, quero pedir-te: uma recomendação, uma informação, um parecer, uma mãozinha, dinheiro, uma intercessão ou consolo, uma graça, que guardes este segredo ou que mudes por mim e sejas outro, ou que por mim atraiçoes e mintas ou
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«Oxalá nunca ninguém nos pedisse nada, nem sequer nos perguntasse, nenhum conselho nem favor nem empréstimo, nem sequer o da atenção (...) Oxalá ninguém se abeirasse de nós dizendo: 'Por favor' ou 'Ouve, sabes?', 'Ouve, podias dizer-me?', 'Ouve, quero pedir-te: uma recomendação, uma informação, um parecer, uma mãozinha, dinheiro, uma intercessão ou consolo, uma graça, que guardes este segredo ou que mudes por mim e sejas outro, ou que por mim atraiçoes e mintas ou te cales e assim me salves.'»
Assim começa Dança e sonho, o segundo volume de O teu rosto amanhã, o grande empreendimento de Javier Marías enquanto romancista. Nele reencontramos Jaime Deza, espanhol ao serviço de uma sociedade secreta ao serviço do Estado inglês. Jaime tem o dom maldito de adivinhar o que farão as pessoas no futuro, de entrever nos rostos de hoje os rostos de amanhã.
Certa noite, numa missão num clube nocturno de Londres, Jaime está incumbido de entreter a mulher de um homem estratégico, cuja confiança a sua sociedade tenta conquistar. Num segundo de distracção, a mulher desaparece nos braços de um misterioso espanhol. Com um drama iminente no seu encalço, será Jaime o responsável por procurar a mulher desaparecida, passando por lugares em que nem um espião deveria entrar.
Em Dança e sonho, Javier Marías deslumbra-nos uma vez mais com a sua prosa inquietante e leva-nos a meditar sobre a natureza humana, sobretudo quando confrontada com a violência e o medo. Uma trama inteligentemente urdida, um mistério cirurgicamente manipulado, uma narrativa fascinante que é também um convite a olhar para dentro de nós.
Sobre O teu rosto amanhã:
«Esta trilogia é um dos grandes romances da nossa época.»
Antony Beevor
«Uma das obras maiores da literatura contemporânea... É obrigatório abrir este livro.»
Ali Smith, The Sunday Telegraph
«Assombroso. A força narrativa é torrencial: desde o arranque deslumbrante, que desenha o conflito do narrador e protagonista, aos círculos sucessivos em que se desdobra o romance. É uma obra de ficção que perdura.»
Ana Rodríguez Fischer, Babelia
Sobre a obra de Javier Marías:
«De longe o melhor prosador espanhol contemporâneo. Um enorme escritor.»
Roberto Bolaño
«Entre os escritores que deveriam receber o Nobel, está Javier Marías.»
Orhan Pamuk
«Javier Marías é um dos mais importantes escritores vivos.»
Claudio Magris
«Um dos melhores escritores europeus contemporâneos.»
J. M. Coetzee
«Utiliza a linguagem como um anatomista usa o bisturi, deixando a nu os mais íntimos segredos do ser humano.»
W. G. Sebald
«Um escritor de génio.»
Charles Baxter
«Um escritor profundamente necessário, um cavaleiro andante, divertido, incisivo, cheio de ira e amor.»
The Guardian
«Para os que amam o romance como forma literária e não apenas como entretenimento, Javier Marías é, sem dúvida, o escritor mais gratificante da actualidade. Ninguém desde Henry James utilizava a frase com tanta eficácia para explorar o funcionamento da psique humana.»
New Statesman